A competitividade revelada por Wolfgang Reip aos comandos do Nissan GT-R GT3 proporcionou-lhe um lugar para a jornada do Bahrein, do Campeonato do Mundo de Endurance da FIA. E logo na sua primeira corrida num protótipo, representando a Greaves Motorsport na categoria LMP2, o piloto cometeu a proeza de subir ao pódio. O estreante em Le Mans irá juntar-se ao vencedor inaugural da GT Academy, Lucas Ordóñez, no ZEOD RC. Recorde-se que o piloto espanhol já conquistou dois pódios na categoria LMP2 na clássica francesa. O terceiro piloto da formação será anunciado brevemente.
Quando venceu a GT Academy em 2012, alguma vez pensou que iria ter oportunidades como esta?
“O meu prémio inicial do GT Academy foi o de participar nas 24 Horas do Dubai. A minha primeira surpresa chegou quando fui seleccionado pela Nissan para o Blancpain Series no Nissan GT-R GT3. Mas agora este anúncio eleva tudo para um patamar ainda mais alto. Recordo-me de falar sobre o ZEOD, em Le Mans, em 2013, quando o projecto foi lançado e pensar que jamais teria a oportunidade de o conduzir. Quando recebi a chamada só pensava ‘Uau!’ – apenas sou piloto há cerca de 18 meses – é realmente incrível“.
Quão grande é a responsabilidade de ser seleccionado pela Nissan para este desafio?
“Estou muito orgulhoso por ter sido seleccionado para me juntar ao Lucas [Ordóñez] na equipa de pilotos do ZEOD RC. Tentei sempre tirar o máximo de partido das oportunidades que tive como atleta Nismo e é fantástico os resultados terem sido até agora tão bons e terem aberto ainda mais excelentes oportunidades. Este convite representa uma enorme responsabilidade, mas vou trabalhar com a seriedade de sempre, até porque estou bastante motivado em ajudar a Nissan, assim como toda a equipa, a fazer o melhor trabalho possível com este fantástico automóvel“.
Está entusiasmado pela oportunidade de correr em Le Mans?
“Le Mans é uma das mais famosas pistas do mundo. Já tive a oportunidade de correr em Spa-Francorchamps e em Bathurst, mas a oportunidade de correr em Le Mans é fantástica – Estou ansioso. Sonhei toda a minha vida com esta corrida. Nos dois últimos anos, tinha tido a oportunidade de a ver como espectador, mas agora ter a oportunidade de pilotar o Nissan ZEOD RC na pista é simplesmente incrível.
Já tive a oportunidade de testar o ZEOD RC e trata-se de algo completamente diferente do que pilotei até hoje. Nunca ninguém enfrentou este tipo de desafios e o facto de estar envolvido num projecto destes é fantástico: estou realmente orgulhoso de estar envolvido. No tempo que já passei com os engenheiros e com a equipa aprendi muito sobre a vertente técnica e isso é muito importante para qualquer piloto. E fazer a Recta de Mulsanne a 300 km/h praticamente em silêncio será algo muito especial. Nunca ninguém o fez e não consigo imaginar como será“.
Gostou da sua estreia em protótipos, em 2013?
“No ano passado pilotei um protótipo LMP2, com motor Nissan, na prova do Bahrein para o Campeonato do Mundo de Endurance da FIA. Foi certamente a minha melhor experiência de corrida até hoje. É muito mais rápido do que um automóvel GT, muito mais força descendente e a travagem é muito mais eficaz. A condução é muito mais sensível – sentes realmente tudo o que o automóvel faz. Foi uma experiência impressionante, mas o ZEOD é ainda mais ágil e preciso“.
Qual é o grande desafio para a equipa do Nissan ZEOD RC nos meses que se avizinham?
“O desafio que enfrentamos na Nissan é único: completar uma volta em Le Mans com alimentação eléctrica – é algo que não se vê nem na Fórmula 1! A vertente eléctrica é uma parte fulcral deste projecto, mas o motor de combustão interna do ZEOD é algo verdadeiramente incrível. A relação peso/potência do ZEOD RC DIG-T R é superior ao que poderão ver na Fórmula 1, já que o motor pesa apenas 40 quilos, mas debita 400 cavalos de potência. É preciso ver o motor para acreditar – podes realmente pegar nele e carregá-lo. Quando retiramos a carroçaria da parte traseira do automóvel quase não é possível ver o motor, de tão pequeno que é – é notável. Já a sensação entre o motor eléctrico e o motor de combustão interna é completamente diferente. Não é apenas o som. Com o motor eléctrico sentes imediatamente o binário a 100 por cento, desde o primeiro momento em que pressionas o acelerador“.
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