Um dos mais conhecidos activistas dos direitos humanos no Bahrein, Nabil Rajab, foi condenado esta terça-feira a seis meses de prisão por “atentado às instituições” num tweet que publicou no ano passado.

Rajab, que foi detido no dia 1 de Outubro – esteve um mês detido e aguardou o julgamento em liberdade –, pertence à maioria xiita do país. Na sua conta na rede social Twitter tem feito comentários que foram considerados insultuosos para a autoridades sunitas do reino.

“Muitos cidadãos que se juntaram ao terrorismo do EI [Estado Islâmico] estavam em instituições de segurança, essas instituições foram a sua primeira incubadora ideológica.”

O Bahrein é um país aliado dos Estados Unoidos, que ali tem a sede da sua 5.ª Frota, e faz parte da coligação internacional anti-jihadismo. Em Fevereiro de 2011 surgiu neste pequeno reino de 1,3 milhões de habitantes um movimento de contestação liderado pela maioria xiita que exige que a dinastia sunita dos Al-Khalifa se torne uma monarquia constitucional.

O chefe da oposição xiita, Ali Salmane, está preso e será julgado a 28 de Fevereiro por tentativa “de mudança de regime pela força e por meios ilegais”. A sua detenção motivou violentas manifestações no país, podendo o seu julgamento voltar a mobilizar a comunidade xiita.

Nabil Rajab faz parte desse movimento que nasceu na sequência das revoltas que ficaram conhecidas por Primavera Árabe. É o director do Centro para os Direitos Humanos do Bahrein e já tinha sido preso noutras ocasiões – em Maio foi libertado, depois de cumprir dois anos de pena, por ter participado em manifestações não autorizadas.

A Amnistia Internacional e outras organizações de defesa dos direitos humanos consideraram que a prisão, julgamento e condenação de Rajab é uma violação da liberdade de expressão e exigiram a sua libertação imediata. Rajab poderá aguardar o resultado do recurso que apresentou em liberdade após pagar uma fiança de cerca de 450 euros.