A F-1 não tem preocupações de que o GP do Bahrein torne-se alvo de manifestantes contrários ao governo, disse hoje o chefe comercial da categoria, Bernie Ecclestone. A corrida será no próximo dia 21, um final de semana depois da prova na China.
O GP no circuito de Sakhir, no deserto, foi cancelado em 2011, quando um levante xiita pró-democracia foi esmagado pelo governo e pelo menos 35 pessoas foram mortas. Ativistas fizeram uma contagem de vítimas muito maior.
A prova do ano passado, maior evento esportivo do reino aliado aos EUA, foi realizado de maneira controversa, em meio a um forte esquema de segurança e diante de um cenário com aldeias xiitas cheias de pneus queimados e policiais disparando gás lacrimogêneo contra manifestantes que revidavam arremessando bombas de gasolina.
A oposição do Bahrein e o governo retomaram as negociações de reconciliação em fevereiro pela primeira vez desde julho de 2011 e, mesmo que pouco progresso tenha sido relatado, Ecclestone acredita que a situação está melhor. “Não tive nenhum relatório negativo de ninguém de lá”, disse o bilionário britânico Ecclestone, de 82 anos.
Manifestações
Os manifestantes continuam com pequenos protestos diários para exigir igualdade e uma monarquia constitucional no pequeno reino governado pela família sunita al-Khalifa, e que serve de sede para a Quinta Frota da Marinha dos EUA.
Ao menos 10 civis e vários policiais ficaram feridos no mês passado durante protestos convocados para marcar o segundo aniversário da chegada de forças da vizinha Arábia Saudita para reprimir a revolta popular.
A polícia disse que os manifestantes bloquearam estradas e incendiaram veículos. Fotos publicadas na mídia estrangeira têm mostrado slogans pintados em paredes pedindo um boicote à corrida de F-1.
Perguntado se havia o risco de a corrida ser um alvo mais direto após os protestos, Ecclestone disse: “Não, eu acho que muito pelo contrário. Sem preocupações, nenhuma mesmo”.