O ministro do interior da Arábia Saudita anunciou, numa declaração televisiva, os nomes dos executados, entre os quais Nimr Baqir al-Nimr, que liderou protestos anti-governamentais. Esta execução não é uma surpresa visto que o Supremo Tribunal saudita tinha confirmado em Outubro a pena de morte.
As reacções no Médio Oriente não se fizeram esperar. O Irão, por exemplo, afirmou que a Arábia Saudita pagaria caro por esta execução.
Mohammed al-Nimr, irmão de Nimr Baqir al-Nimr, admitiu que esta execução poderá levar a várias reacções: “Esta acção vai provocar a raiva dos jovens. Espero que haja um movimento de protesto pacífico“, afirmou à agência francesa de notícias, AFP.
De referir que Faris al-Zahrani, considerado um dos “terroristas mais procurados” na Arábia Saudita, também foi executado hoje. No total, 45 sauditas morreram, um egípcio e um chadiano.
Estas execuções são as primeiras em 2016 na Arábia Saudita, um país no qual houve 153 pessoas executadas em 2015, segundo uma contagem realizada pela AFP.
Estes acontecimentos ocorrem num momento em que, ainda recentemente, a Arábia Saudita anunciou, a formação duma coligação militar de 34 países para combater o terrorismo. Neste grupo encontram-se o Catar e Emirados Árabes Unidos, várias nações árabes do Golfo Pérsico, mas também o Egipto, e países islâmicos não árabes, como Turquia, Malásia ou Paquistão. O Irão, país muçulmano xiita, e rival regional da Arábia Saudita – que é sunita – não participa nesta coligação militar .
Ouça a Crónica sobre as execuções na Arábia Saudita.
Crónica de Marco Martins
02/01/2016