Manama, 6 jan (EFE).- Os serviços secretos do Bahrein desarticularam uma célula que estaria planejando ataques nesse país, e que as autoridades vincularam à Guarda Republicana do Irã e a milícia xiita libanesa Hezbollah.
O Ministério do Interior do Bahrein informou que esta célula tinha “um plano terrorista” com o qual pretendia desestabilizar o país através de ataques com explosivos.
O anúncio foi feito em meio ao aumento da tensão entre vários países sunitas e o Irã, com quem o Bahrein rompeu relações diplomáticas esta semana depois da execução de um clérigo xiita na Arábia Saudita e do ataque contra as sedes diplomáticas sauditas no Irã.
A suposta organização violenta, denominada “Grupo al Basta”, foi criada como o braço armado do movimento político xiita Al Wafa (Corrente da Fidelidade Islâmica), de oposição ao governo bareinita.
Ela seria dirigida desde o Irã pelo bareinita Murtada Ramadan, conhecido como Al Sandi, de 33 anos, com financiamento da Guarda Republicana Iraniana e do Hezbollah, segundo a nota.
O Interior assinalou que o grupo tem ligação com os supostos autores de um atentado com explosivos em 28 de julho na região de Sitra, que causou a morte de dois policiais.
Os serviços de segurança do Bahrein detiveram várias pessoas ligadas a esta suposta organização, mas não divulgaram o número total de detidos.
As autoridades explicaram ainda que vários membros da célula já estavam presos após terem sido condenados por outros atos violentos, antes de a polícia saber da existência do plano terrorista.
Entre os detidos estão os irmãos gêmeos Mohd e Ali Fajrawi, que são simpatizantes do partido xiita Al Wefaq, o principal da oposição bareinita, mas não têm relação com a Al Wafa, segundo fontes ligadas à família consultadas pela Efe.
Outro dos membros da célula que foi preso é o jornalista Mahmoud al Yaziri, do jornal “Wasat”, acusado de escrever artigos favoráveis ao Wafa.
Em 13 de agosto as autoridades anunciaram a prisão de cinco suspeitos de serem os autores do atentado de Sitra, e os ligou à Guarda Republicana iraniana e ao Hezbollah.
O Bahrein acusa com frequência o Irã de apoiar A oposição xiita do reino.