Aparentemente, os Estados Unidos deram “luz verde” ao governo do Bahrein na repressão da oposição visto que, mesmo assim, continuam a armar as tropas governamentais.
O Bahrein, um pequeno reino, é visto pelos estadunidenses como um país estratégico do Golfo, um aliado na luta contra o Estado Islâmico, sendo a base principal da Quinta Frota Militar dos EUA.
Hadi Al-Musawi, um dos líderes do principal partido da oposição do Bahrein, Al-Wefaq ao qual também se afiliava Milad, considera que a decisão dos EUA de armar o país influenciou este processo, “apesar do fato de que as armas em sua maior parte são destinadas ao Ministério de Defesa do Bahrein e não ao Ministério do Interior”.
No entanto, como mostra a experiência, as autoridades do Bahrein sentem-se bastante confiantes nas suas ações, mesmo quando aparece um pequeno artigo na imprensa mundial, sem falar do apoio dos grandes países, opina ele.
“Para nós, essa política do governo é um sinal de que o regime tornou-se obsoleto, uma vez que usa qualquer pretexto para usar a força violenta na confrontação com a oposição”.
De acordo com Hadi, os cidadãos não podem simplesmente apelar ao respeito dos direitos humanos legítimos no país porque têm medo de ser presos. É assim que funciona o poder. “Queremos defender pacificamente e legitimamente os nossos direitos. Nós somos contra o uso da força pelo governo”.
Não é difícil perceber que as autoridades do Bahrein têm medo do diálogo com a oposição. É evidente que, nas negociações, eles não poderão fechar os olhos aos relatórios de organizações internacionais sobre a repressão dos direitos dos cidadãos do Bahrein, continua o oposicionista.
Dirigido pelo rei Hamad, o Bahrein foi sacudido por protestos antigovernamentais desde 2011, levados a cabo pela maioria xiita, que exigia mais liberdade no Estado governado pela dinastia sunita. Os protestos foram severamente reprimidos com ajuda da Arábia Saudita que na altura enviou tropas para apoiar o regime de Hamad.