Mundo islâmico
Medida é a maior tentativa de conter o levante contra o governo desde que leis marciais entraram em vigor no país – durante os primeiros meses dos protestos
Jovens lançam coquetel molotov durante protesto no Bahrein
(Hamad Mohammed / Reuters)
O governo do Bahrein impôs nesta terça-feira uma proibição aos protestos populares no país e ameaçou processar grupos que estariam promovendo embates violentos nesse pequeno reino do Golfo Pérsico desde o ano passado. A medida, anunciada pelo Ministério do Interior, é a maior tentativa de conter o levante contra o governo desde que leis marciais entraram em vigor no país durante os primeiros meses da onda de violência, em fevereiro de 2011, e causando mais de 50 mortes.
A ordem aumenta a pressão sobre grupos políticos da maioria muçulmana xiita do Bahrein, que têm liderado os protestos numa tentativa de aumentar sua influência no país, dominado por muçulmanos sunitas. Medidas mais duras contra os oposicionistas podem provocar complicações para Washington e outros aliados ocidentais que vêm apoiando a monarquia do Bahrein ao longo do mais de 20 meses de tumultos.
Os EUA têm importantes laços militares com o Bahrein, onde fica a Quinta Frota Marinha americana, mas têm apelado às autoridades locais que busquem o diálogo para diminuir as tensões. Os xiitas representam cerca de 70% da população de 525.000 pessoas, mas alegam ser vítimas de discriminação e de não poder ocupar cargos políticos e de segurança.