O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, chegou neste domingo ao Kuwait para o início de uma visita de três dias por países árabes, após a conclusão do acordo nuclear com potências do Ocidente. A Arábia Saudita e outros países sunitas têm profundas suspeitas sobre as intenções iranianas, embora tenham expressado esperanças de que o acordo melhore a segurança na região.
Zarif foi recebido pelo chanceler do Kuwait, Sabah Khaled Al Hamad Al Sabah, e também deve se encontrar com o emir Sabah Al Ahmed Al Sabah, que fez sua primeira visita como chefe de Estado ao Irã, no ano passado. O diplomata iraniano também vai passar pelo Qatar e Iraque. Segundo a imprensa estatal, ele vai informar os vizinhos sobre os detalhes do acordo nuclear e discutir maneiras de melhorar a cooperação e o combate ao terrorismo.
O Irã concordou este mês em limitar seu programa nuclear em troca de um amplo alívio nas sanções internacionais. A intenção é evitar que os iranianos consigam desenvolver uma bomba atômica, algo que o país sempre negou perseguir.
O Irã compartilha o controle, junto com o Qatar, de um grande campo de gás natural na costa dos dois países. Já na relação com o Iraque, os iranianos têm fortes ligações com altas autoridades do governo e também com milícias xiitas, além de exercer um papel importante no combate ao Estado Islâmico, que já controla um terço do território iraquiano.
Entretanto, o esforço diplomático do chanceler iraniano pode ser ofuscado pelas relações conturbadas com o Bahrein. Neste sábado, o pequeno país insular chamou de volta seu embaixador no Irã para consultas, após o que classificou de “declarações hostis contínuas feitas por autoridades iranianas”. Autoridades locais também disseram ter impedido um plano para traficar armas, munição e explosivos para dentro do reino.
Uma oposição xiita no Bahrein tem pressionado o governo por reformas no país, que abriga a 5ª Frota da Marinha dos EUA. O Irã apoia esse movimento, mas nega qualquer interferência no país.
Em um discurso este mês, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que o país continua a apoiar seus amigos regionais, apesar do recente acordo nuclear, incluindo “a oprimida nação palestina, o Iêmen, a Síria, o Iraque e o Bahrein”. Fonte: Associated Press.