O apoio africano ao xeque Salman bin Ibrahim Al Khalifa para a eleição presidencial da Fifa foi anunciado nesta sexta-feira. A confederação de futebol do continente (CAF) finalmente se manifestou e confirmou o que já vinha sendo especulado, deixando a disputa pela sucessão de Joseph Blatter ainda mais polarizada entre o candidato do Bahrein e o representante da Uefa, o suíço Gianni Infantino.
Atual presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês), o xeque Salman já era visto como favorito dos africanos para a presidência da principal entidade do futebol mundial. Mas somente nesta sexta os vice-presidentes da CAF, Suketu Patel e Almamy Kabele Camara, fizeram o comunicado respaldando o candidato do Bahrein.
Candidato da Ásia e apoiado pela África, o xeque Salman contará com boa parte dos votos dos países dos dois continentes, o que por si só já o credencia ao favoritismo na eleição do próximo dia 26. Os africanos, aliás, são quem têm mais votos – 54 – e por isso são considerados um peso fundamental para qualquer dirigente que queira assumir o posto.
O apoio da Ásia e da África veio apesar das duras críticas já sofridas pelo xeque Salman. Membro da família real do Bahrein, ele é acusado de permitir e participar de abusos dos direitos humanos após protestos à favor da democracia em seu país. O dirigente teria liderado em 2011 um movimento que identificou atletas que participaram das manifestações, os prendeu e teria até torturado alguns deles.
Mesmo assim, o xeque Salman aparece como grande favorito à sucessão de Blatter ao lado do suíço Gianni Infantino. Candidato da Uefa, o secretário-geral da entidade já conquistou o apoio da Europa, da América do Sul, através da Conmebol, e da região do Caribe, pela União Caribenha de Futebol.
Com estes apoios já definidos, a tendência é que os outros três candidatos ao posto apenas façam figuração na eleição do fim do mês, em Zurique. O príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein, o ex-vice-secretário-geral da Fifa Jérôme Champagne e o empresário e político sul-africano Tokyo Sexwale não conseguiram o respaldo necessário para brigar pela presidência.