De olhos fechados


F1 chega ao Bahrein à 4ª corrida da temporada. A categoria tem histórico de se omitir perante regimes totalitários

Ano após ano, toda vez que o circo da Fórmula 1 chega a Sakhir, uma série de manifestações, incertezas e posicionamentos políticos ressurgem. Com eles, o questionamento se a principal categoria do automobilismo mundial faz bem em manter o Grande Prêmio do Bahrein no calendário enquanto o cenário for de apreensão e violência. É com esse agravante que os carros vão à pista para a disputa da quarta prova da temporada, hoje, às 9h, com transmissão ao vivo da TV Verdes Mares.

GP do Bahrein deixou de ser disputado em 2011 enquanto a África Islâmica e parte do Oriente Médio viviam a Primavera Árabe Foto: Divulgação/Caterham/LAT

Ao longo da história, a categoria manteve boa relação com nações que praticavam terrorismo de estado, enquanto a população local sofria com práticas truculentas e sanguinárias advindas de seus governos.

Primavera árabe

Em 2011, a Fórmula 1 e a GP2 – principal categoria de acesso – tiveram de cancelar as provas que ocorreriam no Bahrein. Naquele ano, pilotos e equipes da F1 nem chegaram a ir para Manama, capital do país. Contudo, os jovens da GP2 estiveram na cidade e presenciaram um autêntico cenário de guerra.

Na ocasião, o piloto brasileiro Luiz Razia chegou a falar sobre a experiência vivida: “estava tudo bem até chegarmos, mas as coisas pioraram. Os protestos cresceram e a polícia, juntamente com o exército, decidiram agir. É um pouco assustador ver tanques de guerras nas ruas.

A etapa bareinita voltou a ser disputada em 2012. Naquele ano, a Force India sofreu com ataques, e a equipe tentou não disputar a prova Foto: Reuters

Ditaduras sul-americanas

Na América do Sul, as coisas não foram muito diferentes. Durante a vigência de uma das ditaduras mais duras do planeta, a Fórmula 1 desembarcou na Argentina do general Jorge Videla para a terceira passagem da categoria pela nação platina. Durante a prova, os pilotos caminhavam entre tanques e ficavam constantemente na mira de armas. Na mesma década, o circo desembarcou diversas vezes no Brasil com o regime militar vigorando.

Apartheid

Nos anos 1960, a F1 promoveu suas corridas na África do Sul durante uns dos piores períodos do apartheid. Negros não puderam se aproximar do circuito.

Eduardo Buchholz
Repórter

This entry was posted in PT and tagged by News4Me. Bookmark the permalink.

About News4Me

Globe-informer on Argentinian, Bahraini, Bavarian, Bosnian, Briton, Cantonese, Catalan, Chilean, Congolese, Croat, Ethiopian, Finnish, Flemish, German, Hungarian, Icelandic, Indian, Irish, Israeli, Jordanian, Javanese, Kiwi, Kurd, Kurdish, Malawian, Malay, Malaysian, Mauritian, Mongolian, Mozambican, Nepali, Nigerian, Paki, Palestinian, Papuan, Senegalese, Sicilian, Singaporean, Slovenian, South African, Syrian, Tanzanian, Texan, Tibetan, Ukrainian, Valencian, Venetian, and Venezuelan news

Leave a Reply