Diplomatas iranianos abandonam Arábia Saudita

De acordo com a agência oficial saudita SPA, o pessoal da embaixada do Irão em Riade e do consulado de Jeddah (no oeste do país) regressou ao seu país “a bordo de um avião privado iraniano”.

A crise entre as duas grandes potências regionais agravou-se desde sábado, quando o Governo saudita executou mais de meia centena de pessoas acusadas de terrorismo, entre elas o clérigo xiita Nimr al-Nimr.

O Presidente da Turquia, cujo Governo apelou segunda-feira à contenção e ao regresso ao diálogo diplomático entre os dois rivais, afirmou hoje que a execução de Nim al-Nimr foi um “assunto interno” da Arábia Saudita.

“As execuções são um assunto interno da Arábia saudita”, afirmou em Ankara o Presidente, Reccep Tayyip Erdogan, contradizendo o porta-voz governamental, Numan Kurtulmus, que há dois dias lamentou a decisão.
Djibouti rompe relações com Irão
As comunidades xiitas têm protestado contra a execução de Nimr al-Nimr, frente às representações diplomáticas sauditas em várias cidades de todo o mundo. No Irão, o Ayatolah Ali Khamenei previu uma “vingança divina” e os manifestantes conseguiram entrar na embaixada saudita antes da intervenção das forças de segurança.

Esta quarta-feira mais um país, o Djibouti, rompeu as relações com o Irão, depois do Bahrein e do Sudão. O Kuwait e os Emirados Árabes Unidos chamaram ambos os seus embaixadores em Teerão.

A Jordânia chamou hoje o embaixador do Irão para condenar o ataque à embaixada saudita e a “interferência iraniana” em assuntos árabes.

O Iraque, cuja população maioritária xiita tem exigido o romper de relações com a Arábia Saudita, ofereceu-se para mediar o diálogo para ultrapassar a crise.

O Bahrein anunciou entretanto que desmantelou uma célula terrorista com ligações ao Irão, a qual estaria a planear ataques no reino do Golfo, afirmou o canal de capitais sauditas al Arabiya TV.

“O Bahrain anuncia a detenção de uma célula terrorista ligada à Guarda Revolucionária (iraniana) e ao Hezbollah”, referiu a notícia da al Arabya, mencionando a guerrilha libanesa xiita.

“Os membros da célula estavam a planear ataques bombistas no país”, acrescentou.

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