Um ataque à bomba em Sitra, no Bahrein, matou dois polícias e deixou um terceiro em estado grave, dias depois do Governo ter anunciado o demantelamento de uma rede de contrabando de armas ligada ao Irão.
Outros cinco agentes ficaram ligeiramente feridos. A informação foi divulgada esta terça-feira de manhã na conta oficial no Twitter do Ministério do Interior do Bahrein, país maioritariamente xiita, liderado por uma dinastia sunita, os Al-Khalifa.
No último sábado, o Governo de Manama declarou ter detido dois cidadãos envolvidos no tráfico de armas e explosivos e com ligações ao Irão, tendo posteriormente retirado o seu embaixador de Teerão.
O Irão, por sua vez, nega qualquer interferência no Bahrein, mas apoia abertamente os grupos de oposição que reivindicam mais direitos para a comunidade xiita, maioritária no país.
Bahrein aliado dos EUA na luta contra o Daesh
A explosão foi o primeiro incidente sério no Bahrein em vários meses. O pequeno país do Golfo foi atingido por violentos protestos durante a Primavera Árabe, em 2011, onde os manifestantes – que exigiam reformas políticas, o fim da discriminação contra a população xiita e mesmo o fim da monarquia – foram severamente reprimidos pelas autoridades.
Durante estas manifestações, apoiantes da monarquia acusaram o Irão de fomentar a rebelião, sendo que, em resposta ao pedido do rei, a Arábia Saudita e outros aliados do Golfo lançaram uma operação militar no país.
O Bahrein tem escapado à violência que tem atingido os países vizinhos nos últimos meses. Homens-bomba do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) atacaram mesquitas xiitas na Arábia Saudita e no Kuwait já este verão.
Para lutar contra o Daesh, o Bahrein (que alberga instalações militares importantes dos EUA) juntou-se à coligação liderada pelos Estados Unidos que está a bombardear no Iraque e na Síria, bem como à campanha liderada pela Arábia Saudita no Iémen, que visa combater os houtis – rebeldes xiitas zaidis aliados do Irão.