O governo dos Estados Unidos disse nesta segunda-feira que está “muito preocupado” com a decisão do Bahrein de declarar como ‘persona non grata’ e expulsar do país o diplomata americano Tom Malinowsky, depois que este se reuniu com membros da oposição xiita.
“Os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a decisão do reino do Bahrein de exigir a saída imediata do país de Tom Malinowsky, secretário de Estado adjunto para a Democracia, os Direitos Humanos e Assuntos Trabalhistas”, afirmou em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Jen Psaki.
A porta-voz destacou que a visita de Malinowsky tinha sido coordenada “com muito adiantamento” e foi recebida com bons olhos por parte do Bahrein.
Psaki acrescentou que o governo de Bahrein é “muito consciente” que os funcionários americanos se reúnem de forma rotineira com todos os atores políticos da sociedade.
Também denunciou que a exigência do Bahrein para que um funcionário do Ministério das Relações Exteriores do país estivesse presente em todas as reuniões privadas de Malinowsky, inclusive as realizadas dentro da embaixada americana, representa uma violação do protocolo diplomático internacional.
Além disso, Psaki insistiu que essas ações “não são consistentes com a sólida aliança entre EUA e Bahrein”.
O Bahrein ordenou a expulsão do diplomata americano depois que este se reuniu com membros de um dos principais grupos opositores xiitas, o Al Wifaq.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Bahrein acusou Malinowski de “interferir nos assuntos internos do país e de se reunir apenas com algumas partes, excluindo outras, o que revela uma política de segregação em relação aos filhos do povo”.
O ministério considerou os encontros do representante americano com políticos bareinitas como “contrários às normas das relações diplomáticas entre os Estados”.
Malinowski ficaria no Bahrein por três dias e tinha marcado reuniões com o Al Wifaq, funcionários do governo e um ativista dos direitos humanos, Nabeel Rjab.
O Bahrein é cenário, desde fevereiro de 2011, de protestos da maioria xiita contra a minoria sunita governante, que foram duramente reprimidos pelas autoridades.
O pequeno reino é a base da Quinta Frota Naval dos EUA, que tem sua base de operação em Manama, a capital do país.
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