São Paulo – Gastos do governo e a recuperação de alguns setores fizeram a economia do Bahrein crescer 4,8% em 2012 e obter o melhor resultado desde 2008. Mesmo assim, o país do Golfo tem um grande desafio no curto prazo: reduzir a dívida pública, que pode chegar a 61% do PIB já em 2018 e criar uma situação econômica “insustentável”. Essas são algumas das principais avaliações feitas por uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia do país e divulgadas na noite de quarta-feira (15).
“Apesar dos louváveis esforços do Ministério das Finanças de aumentar as receitas do setor não petrolífero por meio do aumento de taxas e outras iniciativas, interromper a deterioração fiscal e manter a dívida do governo em um patamar sustentável dependerá da adoção de medidas que tenham potencial de poupar. Há urgente necessidade de adotar uma estratégia fiscal de médio prazo para fazer o direcionamento gradual dos subsídios, conter os aumentos de salário dos funcionários públicos, aumentar as receitas do setor não petrolífero, racionalizar os gastos e colocar os fundos de pensão em um caminho sustentável”, afirma o documento.
O FMI alerta para a necessidade de o Bahrein fazer ajustes fiscais para que a dívida do governo não seja maior do que 40% do PIB, que em 2012 foi de US$ 27,1 bilhões, de acordo com as estimativas do Fundo. De acordo com a instituição, a economia do Bahrein cresceu em 2012 devido ao aumento dos gastos públicos e à retomada do crescimento da indústria, hotelaria e do setor de seguros. Outros segmentos, como o bancário, construção e varejo também cresceram, mas de forma mais modesta.
O PIB do setor não petrolífero cresceu 6,6% em 2012, de acordo com as estimativas do FMI, após ter crescido 1,9% em 2011. Já o PIB do setor petrolífero teve queda de 8,5% em relação a 2011 devido a um rompimento no campo de petróleo de Abu Saa’fa, que só voltou a operar normalmente no fim do ano.
Para o longo-prazo, o FMI recomenda que o Bahrein invista em educação, capacitação profissional, que promova reformas para propiciar o investimento do setor privado e a criação de empregos, que inclua entre seus projetos o treinamento da mão de obra feminina, diversifique sua indústria, aperfeiçoe o ambiente de negócios e que use o Investimento Estrangeiro Direto (IED) para difundir tecnologia.