São Paulo – A queda nas cotações do petróleo afetou o desempenho da economia do Bahrein, com desaceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), redução das receitas, aumento da dívida e do déficit fiscal. Um relatório divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) conclui que as autoridades locais terão que aumentar os impostos e até congelar os salários no serviço público para que o país reequilibre suas finanças.
Uma delegação do FMI visitou a capital Manama de 12 a 25 de janeiro. A líder da delegação, Padamja Khandelwal divulgou, em comunicado, as conclusões dos técnicos do Fundo.
As estimativas do FMI indicam que o PIB do Bahrein cresceu 3,2% em 2015 e deverá ter expansão de 2,25% neste ano, ou metade dos 4,5% de crescimento registrado em 2014. Segundo o Fundo, a dívida do país corresponde a 63% de seu PIB, e o déficit fiscal, a 15%. Tanto dívida como déficit precisam ser reduzidos, na avaliação do Fundo.
O governo local, observou Khandelwal, adotou algumas medidas para corrigir os desequilíbrios da economia. Foram anunciados, por exemplo, aumento nos preços dos combustíveis, das tarifas de água e de energia elétrica. Isso, porém, não é suficiente.
“Apesar da adoção de medidas, a previsão de baixos preços de petróleo em 2016 indica que o déficit fiscal continuará elevado acima de 15% do PIB e só deverá ter uma redução gradual no médio prazo. É previsto um substancial aumento da dívida. Um ajuste fiscal adequado [às necessidades do país] é urgentemente necessário para restaurar a sustentabilidade fiscal, reduzir vulnerabilidades e ampliar a confiança de investidores e consumidores”, afirmou Khandelwal.
Algumas das sugestões dos técnicos do Fundo são a adoção de uma taxa sobre o valor agregado nos mesmos patamares daquela adotada por outras nações do Golfo, “racionalizar” os gastos sociais e transferências, e reduzir os custos com folha de pagamento de servidores.
A chefe da delegação do Fundo observou que o país pode reduzir os gastos ao congelar o salário dos funcionários públicos. O documento recomendou também que o governo apoie a geração de postos de trabalho para cidadãos bareinitas no setor privado.