Golfo Pérsico » Polêmica ofusca primeiras eleições no Bahrein …

As primeiras eleições realizadas ontem (22) no Bahrein desde que as autoridades sunitas esmagaram os protestos da maioria xiita em 2011 foram criticadas neste domingo (23) pela oposição, que desmente o anúncio governamental de uma participação superior a 50%.

A participação é um elemento chave para a validade destas eleições legislativas. A contagem de votos prosseguia neste domingo depois da eleição no sábado de 40 deputados da câmara baixa.

A Comissão Eleitoral oficial anunciou uma participação de 51,5%, mas a oposição xiita, que classifica de farsa estas eleições, disse que apenas 30% das pessoas habilitadas para votar participaram.

As duas partes se acusam mutuamente de práticas eleitorais desonestas. A oposição afirmou que milhares de pessoas foram pressionadas para votar, enquanto as autoridades sunitas acusaram os militantes xiitas de impedir que eleitores se dirigissem aos colégios eleitorais.

“As mentiras, os insultos e a ridicularização são as armas dos derrotados”, afirmou a ministra de Informação, Sameera Rajab, no Twitter, respondendo às acusações de fraude eleitoral.

Estas legislativas são as primeiras desde que as forças de segurança deste reino governado pela maioria sunita esmagou as manifestações de 2011, inspiradas na Primavera Árabe e lideradas pela maioria xiita.

Este pequeno Estado do Golfo, um aliado chave dos Estados Unidos, segue dividido quase quatro anos após os protestos. “Foi uma participação assombrosa. Não tem precedentes”, escreveu o analista Hisham al-Zayani no jornal Al-Watan, insistindo que as acusações de fraude eram resultado do fracasso de um boicote.

O Al-Wefaq, o principal grupo opositor xiita que retirou seus 18 deputados depois da repressão, advertiu na sexta-feira que, se a dinastia governante Al-Khalifa não colocar fim ao monopólio sunita no poder, pode ser registrado um surto de violência.

Participação pouco verossímil

A votação terminou às 19hGMT de sábado (16h de Brasília) após uma prolongação de duas horas decidida pela Comissão Eleitoral para tentar aumentar a participação, diante das informações de que muitos xiitas obedeceram ao chamado de boicotar as eleições.

Uma hora depois, o chefe da Comissão Eleitoral, Khaled al-Khalifa, também ministro da Justiça, disse que as estimativas iniciais mostravam que 51,5% dos eleitores registrados participaram das eleições.

Esta participação elevada “põe fim ao confessionalismo no Bahrein”, declarou, referindo-se ao boicote da oposição às legislativas. Cerca de 350.000 cidadãos foram convocados a eleger a câmara baixa do Parlamento, e muitos dos 266 candidatos eram sunitas.

O Al-Wefaq afirmou que o número oficial da participação era “divertida, ridícula, pouco verossímil”. O governo quer “tentar enganar a opinião pública e ignorar o amplo boicote eleitoral anunciando números exagerados”, sustentou o grupo opositor em um comunicado divulgado na manhã de hoje.

Já a oposição xiita insistiu que a participação foi de cerca de 30%, aceitando uma eventual diferença de 5% para mais ou para menos. Também acusou as autoridades de obrigar dezenas de milhares de funcionários públicos e outros a votar ou enfrentar as consequências.

Já membros do governo acusaram os militantes xiitas de provocar incidentes que bloquearam as estradas nas zonas xiitas de Manama, a capital, para impedir que as pessoas fossem votar.

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