Governo do Bahrein rebate acusações da Anistia antes do GP de F1

O governo do Bahrein se disse “decepcionado” nesta quinta-feira com o relatório publicado pela Anistia Internacional denunciando “abusos generalizados”, às vésperas da realização do Grande Prêmio de Fórmula 1 no país, marcado para o próximo domingo.

“Estamos decepcionados com este relatório, que contém importantes lacunas”, lamentou o governo, que se disse “comprometido na defesa dos direitos humanos.

A Anistia denunciou casos de tortura, prisões arbitrárias e uso excessivo da força” contra opositores.

O governo rebateu as acusações, mas deixou claro que está preparado para uma reação firme contra protestos.

“Como qualquer governo responsável, não vamos tolerar atos de violência ou incitação à violência, sob pretexto de liberdade de expressão ou manifestações pacíficas”.

“É o dever do governo proteger os cidadãos, residentes e visitantes, e por isso não pretendemos pedir desculpas”, completou.

Quatro anos após a revolta da comunidade xiita no rastro da chamada “Primavera Árabe”, as autoridades “fracassaram nas reformas cruciais para acabar com a repressão, apesar das garantias de seus aliados ocidentais de que estão sinceramente comprometidas com os direitos humanos”, destaca a Anistia no relatório publicado nesta quinta-feira.

Manama tenta passar uma imagem “progressista”, mas “oculta uma verdade bastante sinistra”: a repressão está “espalhada” e dá “calafrios”, denuncia a Anistia.

O líder da oposição xiita, Ali Salmane, está sendo julgado por conspirar contra o regime, os protestos em Manama seguem proibidos e qualquer manifestação na periferia da capital é dispersada pela polícia, afirma a ONG.

O Barein, sede da V Frota dos Estados Unidos, é um pequeno reino do Golfo, com 1,3 milhão de habitantes, e desde fevereiro de 2011 enfrenta um movimento de protesto liderado pela maioria xiita contra a dinastia sunita dos Al Khalifa.

As eleições legislativas organizadas em novembro passado foram boicotadas pela oposição, e os últimos GPs de F1 foram marcados por protestos.

A edição de 2011, prevista para acontecer justamente em meio à “Primavera Árabe”, acabou sendo cancelada.

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