“Foi de lá que a maioria das nossas oportunidades internacionais surgiram e muito naturalmente ganhámos um hábito de estrear criações novas no Fringe”, afirmou Raul Manarte, um dos membros fundadores do be-dom.
A projeção internacional obtida nas presenças anteriores, em 2010 e 2014, concretizou-se em convites para atuações em Inglaterra, Alemanha, Bahrein e Macau.
“Os nossos objetivos são sempre múltiplos: inovação artística do nosso `show`, críticas positivas e assegurar outras oportunidades de atuação internacionais – no mês de agosto, em Edimburgo, estão promotores e `scouts` de todo o globo, relacionados com o mundo do espetáculo”, acrescentou Manarte, que profissionalmente é psicólogo e investigador.
O espetáculo dos be-dom vai estar em cena de 06 a 29 de agosto, no Assembly Hall, um edifício histórico propriedade da Igreja anglicana escocesa.
Este ano, para tentar cobrir metade dos custos com a deslocação, os be-dom tentaram angariar 10.000 euros em financiamento coletivo (`crowdfunding`), oferecendo em troca `merchandising` como `t-shirts`, cachecóis ou até uma atuação privada, mas só conseguiram 120 euros.
“O nosso plano de produção e financiamento permite-nos avançar sem o `crowdfunding`. As receitas obtidas cobrem sempre o investimento que esta importante montra internacional obriga”, assegurou Raul Manarte.
Naturais do Valongo, Porto, os be-dom usam “lixo e objetos do quotidiano” como bidões, garrafas, latas, como instrumentos de percussão para produzir música.
Formados em 1999 como uma `performance` de teatro de rua, têm atuado em vários países, como Espanha, Itália, Bahrein ou Alemanha.
Os seus espetáculos combinam teatro físico e musical com humor e interatividade com o público.
O Festival Fringe surgiu em 1947, como uma alternativa ao Festival Internacional de Edimburgo, e inclui desde números de circo a comédia, teatro, ópera, dança e exposições.
Este ano estão programadas 3.314 espetáculos de 49 países, em 313 espaços diferentes da cidade escocesa, de 07 a 31 de agosto.