TEERÃ – O Kuait se juntou à lista de países que cortaram seus laços com o Irã e convocou seu embaixador no Teerã, após a tensão da república islâmica com a Arábia Saudita, um dia depois do Sudão e do Bahrein. Os Emirados Árabes Unidos decidiram por uma redução no relacionamento com os iranianos.
A decisão foi tomada à luz dos acontecimentos no fim de semana. O caso começou no sábado com a execução de um clérigo xiita proeminente por Riad, Nimr al-Nimr, além de 46 outras pessoas, condenadas por crimes de terrorismo. Foi a maior execução no país desde 1980. O religioso foi uma figura central nos protestos da minoria xiita inspirados na Primavera Árabe.
As notícias sobre sua morte provocaram protestos de xiitas do Bahrein até o Paquistão. No Irã, manifestantes atacaram a embaixada saudita no Teerã e o consulado em Mashaad. No domingo, o ministro saudita do Exterior, Adel al-Jubeir, anunciou que o reinado cortava suas relações diplomáticas com o Irã e deu ao pessoal do corpo diplomático iraniano 48 horas para sair do país.
Vale notar que, no Kuait, xiitas e sunitas convivem de forma pacífica e o sistema político do país é o mais livre de todo o Golfo Pérsico. A Arábia Saudita e o Irã competem há tempos por uma posição de influência no Oriente Médio. A rivalidade de ambos aumentou após a queda de Saddam Hussein no Iraque e as manifestações na Primavera Árabe, que deram lugar a conflitos indiretos entre os dois países na Síria e no Iêmen.
(Associated Press)