São Paulo – A Magnesita Refratários S.A. tem planos de abrir um novo escritório no mundo árabe, no Bahrein, para atender contrato com a siderúrgica Sulb Steel. A empresa brasileira de mineração, materiais refratários e minerais industriais fechou recentemente negócio com a companhia do Bahrein para fornecimento de produtos no período de cinco anos, segundo entrevista respondida por email à ANBA nesta terça-feira (28). O escritório será aberto em novembro, mesmo mês em que começam a ser entregues os materiais refratários para a Sulb Steel.
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Magnesita é líder em refratários nas Américas
Os refratários são materiais que resistem a altas temperaturas. A Magnesita fabrica estes produtos, desde tijolos convencionais até cerâmicas, para revestimento de equipamentos que operam em temperaturas altas, principalmente em fábricas de aço, cimento e vidro. Ela é líder no mercado de refratários das Américas e atende mais de 100 países.
No mundo árabe, além do escritório que será aberto no Bahrein, a empresa já tem escritório em Dubai e representantes na Jordânia, Arábia Saudita e Omã. Onze países da região estão entre os consumidores dos seus produtos e há planos de crescimento no mercado local. “Como o foco na região é recente, os números ainda não são expressivos; contudo, consideramos que este mercado terá uma representatividade muito importante nos próximos anos”, informou a empresa.
A Magnesita exporta para os árabes Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait, Líbano, Marrocos, Omã e Jordânia. O Oriente Médio e a África respondem por 3% das receitas da companhia. As vendas para os árabes começaram em 2013 pelo Bahrein e Arábia Saudita. De acordo com a empresa, o mercado foi aberto a partir da implementação do suporte técnico e comercial na região, com o escritório em Dubai.
“A Magnesita está em processo ascendente de abertura de mercado na região árabe e o plano é de continuar avançando agressivamente nos mercados de aço e cimento. O principal elemento motivador é o crescimento na produção de aço e cimento da região”, afirmou a companhia. Para a empresa, a Arábia Saudita é um mercado diferenciado entre os árabes em função do seu potencial, com um grande parque industrial nos setores siderúrgico e cimenteiro.
A Magnesita exporta ao mercado árabe refratários básicos e aluminosos para siderúrgicas, cimenteiras e à área de não ferrosos. A maior parte dos negócios com estes países surge de licitações. Os grandes grupos da área no mundo árabe são estatais ou operam em joint-venture com os governos, segundo a indústria. A empresa afirma que eles, no entanto, estão abertos a contratos de longo prazo e têm visão de ganhos compartilhados. “Que os torna interessantes para Magnesita, pois somos líderes em contratos CPP (custo por performance).”
A indústria tem vontade de crescer no exterior, mas não faz estimativas. “A Magnesita continua comprometida com sua estratégica de longo prazo, visando sempre a expansão de suas operações, ganhos de eficiência e crescimento, seja em seus mercados-chave, seja em seus novos mercados”, diz a empresa, lembrando, no entanto, que as perspectivas futuras da companhia são dependentes de fatores externos, que fogem ao controle da administração, como o comportamento dos mercados e sua atual e futura situação econômica e política.
Atualmente, a maior parte da receita da Magnesita vem da América do Sul: 44,1%. América do Norte responde por 26,8%, Europa por 18,1% e Ásia, 8%. Os demais ganhos vêm do Oriente Médio e África. As suas operações não estão todas no Brasil. A companhia tem 28 unidades industriais e de mineração, das quais 16 estão em estados brasileiros, três na Alemanha, três na China, uma nos Estados Unidos, duas na França, uma na Bélgica, uma em Taiwan e uma na Argentina. A produção da Magnesita é de 1,4 milhão de toneladas ao ano.
A empresa é privada, de capital aberto e tem ações negociadas no Novo Mercado da BMFBovespa no Brasil e ADRs nos Estados Unidos. Ela foi fundada em 1940, após o descobrimento de depósitos de magnesita em Brumado, no estado da Bahia.
No Bahrein
A Sulb Steel, com a qual a Magnesita fechou contrato, é uma joint-venture entre o grupo Foulath, do Bahrein, e a japonesa Yamato Kogyo, segundo informações do site da empresa. Ela tem duas unidades industriais, uma na Arábia Saudita e outra no Bahrein, e fabrica produtos acabados de aço. A Foulath tem 51% do negócio e a Yamato, 49%.