Arábia Saudita – Os gvernos do Sudão, Bahrein e Emirados Árabes decidiram se juntar à Arábia Saudita e anunciaram ontem o corte das relações diplomáticas com o Irã, aumentando as tensões na região. As decisões aconteceram no mesmo dia em que milhares de manifestantes marcharam em Bagdá e em cidades xiitas no sul do Iraque contra a execução do clérigo xiita Nimr Al-Nimr, estopim da crise. Apesar do apelo de moderação da comunidade internacional, o governo saudita seguiu firme no propósito e cortou ontem todos os voos e relações comerciais com o Irã.
A crise foi impulsionada pelas mortes de Nimr Al-Nimr junto com outras 46 pessoas acusadas de terrorismo pelo governo saudita no sábado. Em seguida, representações diplomáticas sauditas em Teerã e em Mashhad foram alvos de ataques, dando margem para que a Arábia Saudita rompesse com o Irã.
Entre as outras pessoas executadas com o clérigo estavam jihadistas sunitas acusados de ligação com a Al-Qaeda. A execução causou protestos entre os árabes xiitas e manifestantes invadiram a embaixada da Arábia Saudita em Teerã, onde 40 pessoas foram presas.
No domingo à noite, em um novo episódio de tensão, um grupo não identificado abriu fogo contra a polícia saudita na cidade natal do clérigo.
A Liga Árabe vai se reunir em caráter de urgência, a pedido da Arábia Saudita, no próximo domingo para discutir os ataques no Irã às missões diplomáticas do reino.
As tensõs causaram reações das comunidades internacionais e ontem o presidente americano Barack Obama pediu às autoridades do Oriente Médio que adotem medidas para apaziguar a situação.
Antes, França, Alemanha, União Europeia e a ONU já haviam manifestado preocupação. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, criticou a execução de 47 pessoas e disse que a tensão entre Riad e Teerã é “extremamente preocupante”.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse ao ministro das Relações Exteriores saudita por telefone que a decisão de cortar laços diplomáticos com o Irã é “extremamente problemática”.