Mercedes e Williams foram as equipes que obtiveram os melhores resultados na pré-temporada do Mundial de F1, que chegou ao fim no último domingo (2), no Bahrein. Esses dois times foram os que andaram mais e mais rápido que todos as demais escuderias, o que, inevitavelmente, leva a crer que são as duas melhor preparadas para o início do campeonato, daqui a duas semanas, na Austrália.
Com a introdução dos novos motores V6 turbo, as equipes não conseguiram aproveitar tanto os poucos 12 dias que tiveram para treinar. O resultado dessas dificuldades fica evidente quando se observa o total de quilômetros percorridos por todas as equipes: 36.974 km. Em 2013, esse número foi bem mais alto: 49.942 km.
Felipe Massa foi o mais rápido no terceiro dia do teste, rodando dentro do mesmo segundo do tempo da pole de Nico Rosberg para o GP do Bahrein de 2013 e batendo o companheiro de Rosberg, Lewis Hamilton, por dois centésimos de segundo. A Williams foi, sem dúvida, o a escuderia de maior destaque nesta pré-temporada, acumulando mais quilometragem do que qualquer outra equipe e sofrendo com apenas um problema de confiabilidade, quando o motor do FW36 explodiu com Valtteri Bottas nos momentos finais do último dia.
Ferrari, McLaren e Force India vem a seguir como times que podem, pelo menos, brigar pelo Q3. Mas a noção exata de como funcionará essa distribuição de forças só começará a surgir no treino classificatório para o GP da Austrália. Na parte de baixo da tabela, a Lotus é quem mais sofre. Com quatro dias de testes a menos, a esquadra de Enstone não chegou nem às 250 voltas no Bahrein e marcou tempos nada competitivos. A coisa é tão feia que Nick Chester, diretor-técnico, falou que será preciso contar com a sorte para cruzar a linha de chegada no Albert Park. “Temos algumas coisas para alinhar” – afirmou.
Em termos de quilometragem, os outros dois times que chegam perto da Lotus são a tetracampeã Red Bull e a Caterham. O caso dos rubrotaurinos é interessante: os problemas da unidade de força da Renault são catalisados pelo desenho do RB10, que dificulta sua refrigeração. O que aconteceu com Sebastian Vettel no último sábado foi bem representativo da situação: o alemão saiu dos boxes e já parou na quarta curva. Quando tentou andar novamente, nem ao fim do pit-lane conseguiu chegar. Ele sabe que a situação é difícil, mas garante: “Podemos mudá-la”.
Apesar disso, há quem encontre pontos positivos e se anime com o tempo de 1min35s743 anotado por Daniel Ricciardo. “Sabemos que o carro pode andar bem, como vimos pela performance de Daniel. O que precisamos fazer é juntar todas as peças e estabelecer alguma confiabilidade para a corrida em Melbourne”, disse o coordenador de engenharia, Andy Damerum.
E, rompendo com as expectativas, a Marussia surpreendeu. Jules Bianchi e Max Chilton tiveram diversos problemas, por isso o time está só na décima posição na classificação das equipes que mais andaram. Só que, na última semana, pareceram encontrar um rumo, cresceram e anotaram tempos razoáveis – considerando que a equipe nunca pontuou desde que estreou na F1 em 2010. “Estou me sentindo bem otimista” – avisou Bianchi.
Nos próximos dias, de volta a suas fábricas na Europa, as equipes farão os últimos ajustes nos equipamentos antes de embarcarem para a Oceania para o início do campeonato. Chegando lá, tratarão de comprovar ou frustrar as expectativas que geraram com suas participações nos testes de inverno.
Confira a classificação final dos melhores tempos desta pré-temporada realizada no Bahrein, além das equipes e motores que mais andaram:
Posição – Piloto – Equipe/Motor – Tempo
1. Felipe Massa – Williams/Mercedes – 1m33.258s
2. Lewis Hamilton – Mercedes – 1m33.278s +0.020s
3. Nico Rosberg – Mercedes – 1m33.484s +0.226s
4. Valtteri Bottas – Williams/Mercedes 1m33.987s +0.729s
5. Fernando Alonso – Ferrari – 1m34.280s +1.022s
6. Sergio Perez – Force India/Mercedes – 1m35.290s +2.032s
7. Kimi Raikkonen – Ferrari – 1m35.426s +2.168s
8. Nico Hulkenberg – Force India/Mercedes – 1m35.577s +2.319s
9. Jean-Eric Vergne – Toro Rosso/Renault – 1m35.701s +2.443s
10. Daniel Ricciardo – Red Bull/Renault – 1m35.743s +2.485s
11. Kevin Magnussen – McLaren/Mercedes – 1m35.894s +2.636s
12. Daniil Kvyat – Toro Rosso/Renault – 1m36.113s +2.855s
13. Adrian Sutil – Sauber/Ferrari – 1m36.467s +3.209s
14. Max Chilton – Marussia/Ferrari – 1m36.835s +3.577s
15. Jenson Button – McLaren/Mercedes – 1m36.901s +3.643s
16. Jules Bianchi – Marussia/Ferrari – 1m37.087s +3.829s
17. Esteban Gutierrez – Sauber/Ferrari – 1m37.303s +4.045s
18. Sebastian Vettel – Red Bull/Renault – 1m37.468s +4.210s
19. Marcus Ericsson – Caterham/Renault – 1m38.083s +4.825s
20. Kamui Kobayashi – Caterham/Renault – 1m38.391s +5.133s
21. Romain Grosjean – Lotus/Renault – 1m39.302s +6.044s
22. Pastor Maldonado – Lotus/Renault – 1m40.599s +7.341s
Equipes/Km
Mercedes – 4.973
Williams – 4.893
Ferrari – 4.489
McLaren – 4.153
Sauber – 4.039
Force India – 3.975
Caterham – 3.313
Toro Rosso – 2.458
Red Bull – 1.711
Marussia – 1.686
Lotus – 1.288
Motores/Km
Mercedes – 17.994
Ferrari – 10.214
Renault – 8.770