Por Diogo Bercito
JERUSALÉM, ISRAEL, 5 de março (Folhapress) – Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein retiraram hoje seus embaixadores do Qatar em um movimento com forte impacto político, causando cisma entre o bloco de países do Golfo.
A medida foi tomada levando em conta um acordo de novembro passado em que os países-membros se dispõem a não apoiar grupos que ameacem a estabilidade e a segurança dessa região.
O Qatar apoia à Irmandade Muçulmana, considerada ilegal em outros dos países do bloco. Os movimentos islamitas desautorizam a ideia de governo hereditário, sob a qual se apoiam, no entanto, diversos Estados do Golfo, incluindo a Arábia Saudita.
Na sequência do anúncio, o governo do Qatar – que se diz surpreso pela decisão dos aliados – afirmou que não irá retirar seus embaixadores como medida de reciprocidade.
Com importantes laços econômicos entre os países do Golfo, a disputa causou estrago imediato no mercado, com queda da Bolsa do Qatar em 2,3%.
O Conselho de Cooperação do Golfo, hoje em meio a disputas de poder, foi criado nos anos 1980 como contraponto à influência iraniana na região. Fazem parte do grupo diversos dos grandes produtores de petróleo do mundo.
Apesar do objetivo em comum, os países-membros do Conselho enfrentam dificuldades para alinhar as suas políticas, já que o Qatar tem tradicional independência em sua política externa.
Também incomoda aos demais países do Golfo o canal de televisão Al Jazeera, baseado no Qatar, visto como demasiado crítico aos governo regionais – e por demais simpático à Irmandade Muçulmana.