Membro da família real do Bahrein e presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês), o xeque Salman bin Ibrahim Al Khalifa declarou oficialmente o seu interesse de se candidatar à presidência da Fifa, que tem eleição marcada para o dia 26 de fevereiro de 2016. A informação surgiu no final da noite de domingo e foi divulgada pela Bahrein News Agency, a agência de notícias do país asiático.
Caso ele consiga formalizar a sua candidatura com os documentos exigidos pela Fifa até o final desta segunda-feira, prazo derradeiro para confirmação de concorrentes ao cargo, Salman se tornará o sexto nome na disputa para quem irá substituir Joseph Blatter. O dirigente suíço chegou a ser reeleito presidente em maio passado, mas poucos dias depois convocou novas eleições enquanto a entidade que controla o futebol mundial se via combalida por uma série de escândalos de corrupção.
Nem a Fifa, nem a AFC, porém, confirmaram oficialmente a candidatura de Salman, de 49 anos, até agora. O comitê de supervisão da eleição da Fifa, por sinal, foi rapidamente instado por grupos de direitos humanos a rejeitar o xeque como candidato quando o mesmo for submetido aos testes de integridade que os dirigentes precisam superar para poderem concorrer à presidência da entidade.
Questões foram levantadas em relação à conduta de Salman quando jogadores da seleção do Bahrein participaram de protestos pró-democracia no país em 2011. Alguns atletas disseram que foram torturados enquanto detidos por forças de segurança do governo quando o xeque estava à frente da Associação de Futebol do Bahrein.
“O xeque Salman desempenhou um papel chave na retaliação do Bahrein contra atletas-manifestantes”, afirmou um instituto que defende os direitos humanos e a democracia no Bahrein, por meio de um comunicado, no qual ainda acusou o dirigente de ter supostamente identificado jogadores em fotografias, em meio à repressão do governo, para as forças de segurança do país.
Salman enfrentou acusações semelhantes quando foi eleito presidente da Confederação Asiática de Futebol, em maio de 2013, e assim ganhou um posto no Comitê Executivo da Fifa. Anteriormente, por sua vez, ele chegou a apoiar a candidatura de Michel Platini, ex-craque francês e presidente da Uefa que também aspira ao cargo de presidente da entidade máxima do futebol.
O dirigente cumpre 90 dias de suspensão, mesma pena aplicada a Blatter pelo Comitê de Ética da Fifa, que investiga um pagamento de dois milhões de francos suíços do suíço ao francês, que recebeu o dinheiro em 2011 por alegados serviços prestados ao mandatário máximo do futebol mundial.
Em um comunicado distribuído em 2 de outubro, Salman disse que a Fifa precisava de “uma mão firme para comandar o organismo mundial com competência e com a determinação para conduzir seus negócios de forma profissional e com máxima transparência”.
Dois dias antes de Salman ter sua intenção de concorrer à presidência da Fifa anunciada, o sul-africano Tokyo Sexwale, ex-preso político da era do apartheid no seu país e hoje um magnata multimilionário da mineração, também declarou seu desejo de entrar na corrida pelo cargo.
Outros quatro candidatos já entregaram seus documentos para entrar na eleição da Fifa: Platini, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, o ex-dirigente da Fifa Jérôme Champagne e o ex-capitão da seleção de Trinidad e Tobago David Nahkid.