Manama, 15 jan (EFE).- O príncipe herdeiro do Bahrein, Salman bin Hamad al-Khalifa, se reuniu nesta quarta-feira com as forças opositoras pela primeira vez de forma pública desde 2011, para tentar iniciar “um diálogo sério” que permita solucionar a crise política que o país vive desde fevereiro de 2011.
Segundo disse à Agência Efe um alto funcionário opositor, que pediu o anonimato, todos os presentes no encontro eram membros do partido Al Wefaq, o principal da oposição, incluindo seu secretário-geral, Ali Salman, e seu vice-secretário, Khalil Marzuq.
A mesma fonte esclareceu que os seis maiores grupos opositores foram representados por Al Wefaq, na condição de que este partido acordasse com o príncipe herdeiro -considerado um reformista- que nas próximas reuniões serão incluídos o resto dos partidos.
“Este é um passo muito positivo para abrir uma nova página no diálogo, e esperamos que seja sério e ajude a tirar o país da crise política que sofre desde fevereiro de 2011”, disse à Agência Efe Radhi al Musawi, líder interino do partido pan-arabista Waad.
O príncipe herdeiro deve se reunir com grupos pró-governo da minoria sunita para impulsionar os esforços para retomar o diálogo nacional.
Os opositores, grupos islâmicos xiitas e liberais, suspenderam em meados de setembro sua participação no diálogo nacional, aberto em julho de 2011 e reatado em fevereiro.
A suspensão aconteceu em protesto pela detenção do dirigente de Al Marzuq, atualmente em liberdade provisório enquanto enfrenta um julgamento por terrorismo.
Um porta-voz do Governo bareinita, assegurou, na semana passada, que o diálogo nacional ficou suspenso até que a oposição volte a participar desse processo, embora disse que “as portas do diálogo político ainda estão abertas”.
A oposição pede um diálogo direto com o Governo, que até agora o rechaçou e optou por supervisionar as conversas entre opositores e os políticos leais ao regime.
Bahrein, um pequeno reino de maioria xiita governado por uma monarquia sunita, é palco desde fevereiro de 2011 de contínuas protestos populares que foram reprimidas pela força.
Entre março e junho desse ano, as autoridades impuseram o estado de emergência em Bahrein, onde os países do Golfo Pérsico, de maioria sunita, enviaram tropas para apoiar aos soldados do país.
Mais de cem pessoas morreram nestes protestos e milhares foram detidas, segundo os dados da oposição. EFE