Gritos de “morte aos al-Saud”, a dinastia no poder na Árabia Saudita, ecoaram pelo Bahrein, depois do anúncio da execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr, no país vizinho.
A polícia recorreu a gás lacrimogéneo para dispersar grupos de manifestantes em vários pontos do país. O chefe religioso saudita era venerado pela comunidade xiita do Bahrein.
No Iraque, o clérigo xiita Moqtada al-Sadr apelou a manifestações de protesto por todo o Golfo Pérsico, enquanto o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, prestou homenagem a Nimr através da rede social Twitter.
Karim al-Nuri, porta-voz dos Comités de Mobilização Popular, milícias iraquianas apoiadas pelo Irão, defendeu que a execução de Nimr “acontece num momento delicado, em que se esperava afastar a região das tensões sectárias […]; o [seu] sangue representa uma mensagem de provocação para o Irão e para os xiitas de Ihsaa, al-Qatif, Bahrein e de toda a região. É um ato criminoso que vai conduzir a um maior derrame de sangue na região”.
Os protestos motivados pela execução do líder religioso saudita espalharam-se inclusivamente à comunidade xiita da Índia. A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, exprimiu “sérias inquietudes” face à decisão de Riade, que pode reforçar as já elevadas tensões sectárias na região.