Ricciardo “atropela” Vettel, e Ferrari renasce com Alonso

Nada chamou mais a atenção no GP da China do que o passeio que Ricciardo deu em Vettel. O tetracampeão recebeu nova ordem para dar passagem ao companheiro de equipe, que tinha pneus mais novos e estava mais rápido naquele momento da prova, na volta 26. Rádio semelhante já havia sido enviado pela Red Bull na prova anterior, no Bahrein. Com o 4º lugar, o australiano consolida a sua superioridade sobre Vettel, com um placar de 2 x 1 nas corridas (poderia ser 3 x 1, caso Ricciardo não tivesse sido desclassificado após um 2º lugar no GP da Austrália) e um 3 x 1 nos treinos classificatórios. Webber deve estar achando graça.

Mas como pode isso estar acontecendo? É a pergunta que todo o mundo da Fórmula 1 faz nesta semana. Em entrevista após a corrida, Vettel tratou logo de isentar o carro. Ele negou que haja algum problema crônico com o seu equipamento, e também descartou que possa haver alguma diferença entre os dois carros da Red Bull. Nas próprias palavras do alemão, a disputa interna com Ricciardo é classificada como “justa e limpa”. Na minha opinião, há muita verdade nessa afirmação.

A resposta para a questão passa longe em encontrar alguma justificativa mecânica para a diferença de desempenhos. O fato deve ser analisado dentro da lógica que reina neste começo de temporada. A F1 vive, neste ano, a maior mudança de regulamento técnico da sua história. Pouca coisa sobrou do carro que Vettel fazia chover no ano passado. É como se 2014 representasse o início de uma nova categoria de corrida de automóveis. E problema é simples: o tetracampeão ainda não conseguiu adaptar o seu estilo de pilotagem ao novo RB10.

Dizer que Vettel estaria pressionado me parece exagero, mas jamais alguém poderia prever que o alemão teria um desafio tão grande dentro da própria equipe. Tempos difíceis

A grande chance de Vettel recuperar o seu domínio dentro da equipe está no GP da Espanha. O traçado do Circuito da Catalunha apresenta muitas curvas de alta velocidade, o que favorece o bom pacote aerodinâmico da Red Bull. Na primeira corrida da temporada europeia os motores terão menos influência na performance do que tiveram nos GPs até então. Ou seja, Mercedes, e até mesmo a Ferrari, que mostraram que têm unidades de potência mais desenvolvidas que a Renault, terão menos vantagem.

Até lá, é trabalhar no simulador e tentar entender as diferenças entre os modelos de 2013 para 2014.

Ferrari renasce – quase um milagre

A segunda grande surpresa que a madrugada trouxe foi o espantoso desempenho da Ferrari, mais especificamente de Alonso. O espanhol, que há duas semanas cruzou a linha de chegada em 9º lugar no GP do Bahrein e comemorou como se fosse uma vitória, na China foi capaz de segurar a segunda colocação até a volta 41. Um verdadeiro milagre. Ainda mais quando comparado com o seu companheiro de equipe, Raikkonen, apenas o 8º. O finlandês ainda não aprendeu a guiar o F14 T.

Grande parte do salto que deu o espanhol se deve a uma importante atualização aerodinâmica, ainda planejada sob a ótica do ex-chefe Stefano Domenicali. Aliás, segundo o próprio piloto, todas as novas peças que devem ser incorporadas ao carro até meados de julho ou agosto foram desenhadas pela equipe de Domenicali. Ao novo comandante, Marco Mattiacci, resta apenas colher os louros do possível sucesso. Isso até chegar a sua vez de direcionar os esforços de desenvolvimento, aí o bicho pega.

Alonso deixa a China rumo à Espanha com a certeza de ter andado mais do que o próprio carro

Falando nisso, se de um GP para outro pudemos ver grandes mudanças de desempenho dos carros, esperem alterações ainda maiores para o GP da Espanha. O início da chamada “temporada europeia” na F1 historicamente costuma marcar grandes viradas. Nada que possa ameaçar a supremacia da Mercedes, mas no pelotão mais abaixo, esperam grandes mudanças no bolo de candidatas ao vice – Ferrari, Red Bull, Williams, Force India e McLaren.

Vale ficar atento ao que se diz nos bastidores para tentar “pescar” alguma informação sobre quem poderá vir forte.

Ah, e sobre Massa, o que dizer? O mesmo que foi possível falar na primeira corrida da temporada, quando o brasileiro foi atingido por Kobayashi e nada pode fazer naquele final de semana: nada. Massa não teve culpa ao ser espremido na largada, tampouco pela trapalhada histórica da equipe durante o seu primeiro pit-stop. Um final de semana para esquecer. E para ligar o alerta: Bottas já soma 24 pontos, o dobro da pontuação do brasileiro, apenas 12.

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