A Confederação Africana de Futebol (CAF) oficializou nesta sexta-feira seu “apoio pleno” à candidatura do xeque Salman bin Ibrahim al Khalifa, do Bahrein, uma decisão que o torna o grande favorito da eleição presidencial da Fifa, marcada para o dia 26 de fevereiro.
“O Comitê executivo da CAF decidiu dar seu apoio pleno à candidatura do xeque Salman para a presidência da Fifa”, declarou o primeiro vice-presidente da CAF, Suketu Patel, ao final de uma reunião do comitê executivo da entidade, em Kigali, no Ruanda.
De acordo com o segundo vice-presidente, Almamy Kabele Camara, a decisão de apoiar Salman foi tomada “por unanimidade”
“Estou muito orgulhoso, obviamente. Se posso contar com seu apoio e sua confiança, só posso ter muito orgulho”, reagiu o xeque depois do anúncio.
A África, que soma 54 dos 209 países membros que terão direito a um voto cada na eleição, é sempre muito cobiçada pelos candidatos.
Salman, que é presidente da Confederação Asiática (46 membros), terá como principal concorrente o candidato oficial da Uefa (Europa, 53), o suíço Gianni Infantino, que já conta, com o apoio da Conmebol (América do Sul, 10).
A Concacaf (América Central, do Sul e Caribe, 35) apoiava a candidatura de Michel Platini, presidente da Uefa, que acabou desistindo da disputa, dando lugar a Infantino, por ser suspenso pelo comitê de ética da Fifa. Tudo indica que continuará apoiando o europeu.
Já a Oceania (11) ainda não se pronunciou oficialmente. De qualquer forma, nada obriga os membros das confederações a votar em bloca, embora seja uma prática comum nesse tipo de pleito.
Acordo polêmico
O apoio da África a Salman não chega a ser uma surpresa. No dia 15 de janeiro, a CAF fechou um acordo de cooperação com a Confederação Asiática, que chegou a ser considerado “uma violação das regras eleitorais” por outro candidato, Príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein.
Na época, Infantino tinha minimizado a importância do acordo. Nesta sexta-feira, apesar da CAF ter oficializado o apoio ao xeque, o suíço se diz “muito, muito confiante” e “mais do que nunca” na briga pela presidência da Fifa.
“Já estava no ar nos últimos dias, não era realmente um segredo”, reagiu o dirigente europeu.
Salman conseguiu uma vitória importante com o apoio oficial da confederação africana, mas é alvo de fortes críticas pelo suposto envolvimento na repressão ao movimento de oposição ao regime de Bahrein, em 2011, durante a primavera árabe.
O xeque também é visto com maus olhos por alguns dirigentes por sempre ter apoiado o projeto polêmico do Catar de sediar a Copa do Mundo de 2022.
Ali, o único ausente
Para ter uma ideia da importância da escolha africana, quatro dos cinco candidatos estavam presentes em Kigali.
Além de Salman e Infantino, os dois grandes favoritos, também estavam na capital ruandesa o francês Jérôme Champagne, ex-secretário adjunto da Fifa, e o sul-africano Tokyo Sexwale, que sequer conseguiu o apoio do próprio continente.
Tudo indica que o ex-companheiro de cela de Nelson Mandela vai desistir da candidatura, já que afirmou recentemente que “faria de tudo para que o presidente da Fifa seja africano ou asiático, mas não europeu.
O único que não compareceu foi o príncipe Ali, que levou o presidente demissionário Joseph Blatter ao segundo turno na última eleição, em maio do ano passado.
Blatter acabou colocando o mandato à disposição apenas quatro dias depois, diante da forte pressão internacional causada pelo mega-escândalo de corrupção que abala a entidade.
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