Os tripulantes de duas embarcações dos Estados Unidos que estavam retidos pelo Irã após serem interceptados por forças do país no Golfo foram soltos nesta quarta-feira (13), informou a Guarda Revolucionária iraniana, segundo a France Presse.
“Ficou estabelecido que a entrada nas águas territoriais do país não foi intencional. Depois de pedir desculpas, foram liberados em águas internacionais”, afirma o comunicado da Guarda Revolucionária.
“Nossas investigações mostraram as duas embarcações da Marinha dos EUA entrando em águas territoriais iranianas devido a um sistema de navegação quebrado”, disse o contra-almirante da Guarda Revolucionária Ali Fadavi, segundo a agência de notícias Tasmin, que costuma trabalhar em proximidade com a guarda.
Os dois barcos americanos, com dez marines armados, entraram em águas territoriais iranianas na terça, às 16h30 (11h, horário de Brasília), nos arredores da ilha de Farsi e foram interceptados pelas unidades de guerra das Forças Navais dos Guardiães da Revolução, que os arrastaram para a ilha.
Os dez marines eram nove homens e uma mulher e foram levados para um local seguro.
No momento da interceptação, o porta-aviões americano Trumann e porta-aviões francês Charles de Gaulle estavam na região, mas em águas internacionais.
A agência de notícias Fars, ligada aos Guardiães da Revolução, informou que os dois barcos americanos entraram “dois quilômetros nas águas territoriais iranianas, o que foi confirmado por seus GPS”.
Um alto funcionário do departamento americano da Defesa já havia comunicado “a perda de contato com duas pequenas embarcações da Marinha americana na rota entre o Kuwait e o Bahrein”.
A ilha de Farsi está situada na metade do caminho entre o Irã e a costa da Arábia Saudita.
“Nada indica” que se trate de um ato hostil por parte de Teerã, avaliou o funcionário. “Não sabemos o que aconteceu”, afirmou, evocando a hipótese de um “incidente mecânico”.
“Estão na ilha (…), autorizados a prosseguir caminho, mas está muito escuro”, continuou, considerando que, dado o pequeno tamanho das embarcações, é mais prudente “esperar que amanheça”.
Segundo um diplomata americano, o secretário de Estado, John Kerry, conversou por telefone com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, sobre a situação dos tripulantes.
Irã e Estados Unidos não têm relações diplomáticas há mais de 35 anos, mas ambos conservam vínculos regulares há dois anos em função das negociações sobre o programa nuclear iraniano.
Open all references in tabs: [1 – 4]