A candidatura do xeque Salman é contestada pela imprensa inglesa (Foto: AP Photo/Vincent Thian, File)
No mesmo dia em que Salman Bin Ebrahim Al Khalifa,
presidente da Confederação Asiática de Futebol, teve oficializada sua candidatura à
presidência da Fifa, o “The Guardian” jogou uma nuvem de desconfiança em
relação às pretensões do xeque. Segundo o jornal inglês, um comunicado publicado em
abril de 2011 e proveniente do serviço
oficial de notícias do governo do Bahrein cita Salman como chefe de um
comitê de repressão a desportistas que se manifestam em favor da democracia no país.
O periódico reproduziu informações da Agência de Notícias do Bahrein informando
que o xeque Nasser Bin Hamad
al-Khalifa, filho do rei e chefe do Comitê Olímpico, determinara a formação
de comissão para investigar e punir as “violações cometidas por
afiliados ao movimento desportivo”, e Salman seria o cabeça de tal comitê.
“O xeque Nasser Ben Hamad al-Khalifa, presidente do Conselho Supremo da
Juventude e Desporto, chefe do Comitê Olímpico, emitiu uma decisão de formar uma
comissão oficial de inquérito para investigar as violações cometidas por alguns
daqueles afiliados ao movimento desportivo durante os eventos
deploráveis testemunhados pelo Reino de Bahrein recentemente. O xeque Salman
bin Ebrahim al-Khalifa, Secretário Geral da Juventude e do Desporto, vai
liderar o comitê de investigação – salienta o comunicado reproduzido pelo tabloide inglês.
Em 2011, a “Associated Press” relatara que mais de 150
atletas, treinadores e árbitros foram presos depois que um comitê especial, presidido
por Salman, que era então chefe da Associação de Futebol do Bahrein, identificou-os
a partir de imagens de protestos. Tais medidas foram citadas pelo “Bird” como clara evidência da
quebra do Código de Ética da Fifa.
Presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC em inglês) desde 2013,
com o apoio de Joseph Blatter e Michel Platini, Salman Bin Ebrahim Al Khalifa foi
questionado sobre seu papel na repressão aos desportistas do Bahrein e refutou qualquer irregularidade de conduta das entidades
em que está à frente, assim como negou que tenha ordenado sanções.
– Gostaria de
reiterar que, na minha qualidade de presidente da Associação de Futebol do
Bahrein, sempre tive o compromisso de gerir, controlar e desenvolver o nosso
jogo de forma independente e autônoma, sem qualquer tipo de interferência
externa. Posso garantir a qualquer pessoa que o BFA (sigla da Associação em
inglês) está sendo conduzida de acordo com os mais altos padrões possíveis de
governança de integridade e transparência – em plena consonância com os estatutos
da AFC e da Fifa, e nenhuma ação foi tomada sob minha direção
contra qualquer membro da comunidade do futebol.