Crise entre Arábia Saudita e Irã preocupa a comunidade internacional

A comunidade internacional est cada vez mais preocupada com a crise entre o Ir e a Arbia Saudita, que ganhou mais um captulo nesta tera-feira com a deciso do Kuwait de retirar seu embaixador em Teer.

Vizinho e aliado tradicional de Riad, o Kuwait se tornou o quinto pas rabe a romper ou reduzir as suas relaes com a Repblica Islmica do Ir, depois da Arbia Saudita, Bahrein, Emirados rabes Unidos e Sudo.

O Kuwait retirou seu embaixador para protestar contra os ataques contra as misses diplomticas sauditas no Ir na sequncia da execuo do clrigo xiita Nimr al-Nimr no sbado na Arbia Saudita.

O Bahrein tambm anunciou nesta tera-feira a interrupo de todas as conexes areas com o Ir.

A aviao civil do Bahrein ordenou que as empresas areas e sua companhia nacional, Golf Air, “interrompam todas as suas conexes com o Ir”.

Teer minimizou o efeito desses anncios, afirmando que a Arbia Saudita ser quem mais pagar caro.

“A ruptura das relaes pela Arbia Saudita e seus vassalos no tem efeito sobre o desenvolvimento do Ir”, afirmou Mohammad Bagher Nobakht, o porta-voz do governo iraniano.

Esta escalada entre os dois rivais xiita e sunita acompanhada com grande preocupao pela comunidade internacional, que teme uma acentuao na desestabilizao e nos conflito no Oriente Mdio.

Washington, Moscou e vrios pases europeus apelaram para a calma e conteno.

“A crise nas relaes entre a Arbia Saudita e o Ir muito preocupante” e poderia levar a “uma srie de consequncias adversas na regio”, advertiu a ONU.

‘Profunda preocupao’

Reunido nesta segunda-feira noite em Nova York, o Conselho de Segurana tambm expressou sua “profunda preocupao” aps os ataques no Ir. Ele pediu a Teer para “proteger as instalaes diplomticas e consulares e seus funcionrios” e “respeitar plenamente as suas obrigaes internacionais” nesse sentido.

A Arbia Saudita instou o Conselho a condenar o ataque a suas misses diplomticas, que constituem uma “grave violao das Convenes de Viena”, de acordo com o seu embaixador na ONU, Abdallah al-Muallimi.

A misso iraniana na ONU expressou o “lamento” de Teer e prometeu “tomar as medidas necessrias para assegurar que tais incidentes no se repitam”.

A declarao do Conselho, adotada por unanimidade pelos seus 15 membros, no fez, no entanto, nenhuma meno a execuo do clrigo Nimr al-Nimr.

Este saudita opositor do regime foi executado no sbado com 46 outras pessoas condenadas por “terrorismo”.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, voltou a reagir na tera-feira, dizendo que a Arbia Saudita no podia responder “aos crticos cortando suas cabeas”. “Espero que os pases europeus que sempre reagem s questes relacionadas com os direitos Humanos faam o seu dever”, acrescentou.

O Ir est entre os pases que mais executam condenados morte, juntamente com a prpria Arbia Saudita, China e Estados Unidos.

A execuo na Arbia Saudita de Nimr al-Nimr provocou protestos em todo o mundo xiita, principalmente em Teer, onde 3.000 pessoas manifestaram na segunda-feira contra a famlia sunita que governa o reino saudita.

No Iraque, pas vizinho do Ir e de maioria xiita, milhares de partidrios do clrigo xiita Moqtada Sadr protestaram em Bagd, pedindo que seu governo rompa relaes com a Arbia Saudita.

Duas mesquitas sunitas foram alvo de ataques, e o muezim de uma terceira derrubado.

Sria em jogo

O embaixador saudita na ONU afirmou que a ruptura das relaes com o Ir no impediriam Riad de “continuar a trabalhar duro para apoiar os esforos de paz na Sria e no Imen”, e que a Arbia participaria nas prximas conversaes de paz sobre a Sria, previstas para 25 de janeiro, em Genebra, sob a gide das Naes Unidas.

O Ir, junto com a Rssia, so os principais aliados de Damasco, enquanto a Arbia Saudita apoia a oposio sria.

Neste contexto, o mediador da ONU para a Sria, Staffan de Mistura, reuniu-se nesta tera-feira em Riad com diplomatas e representantes da oposio sria.

Ele deve viajar para Teer e depois Damasco no fim de semana.

A misso de Mistura se anuncia particularmente difcil. Porque, “para obter uma soluo poltica na Sria, seria necessrio que os Estados-chave que suportam ambos os lados faam concesses mtuas, e forcem seus aliados srios a fazer o mesmo”, declarou Noah Bonsey, especialista do International Crisis Group.

Mas “as coisas esto se movendo na direo oposta.”

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